segunda-feira, 24 de setembro de 2007

A felicidade.

Caminhava sobre a grama verde, relva nascente que se estendia a ponto de perder vista o majestoso cerco que envolvia os seres. Nada contemplava, deixara os louvores de lado. Tornou a deixar a trágica melancolia dominar seu Cosmo.

Indagava à felicidade. A felicidade nao o respondia.

Clamou em alta voz, e eis que surgiu uma bela Orquídea do solo em meio aquela vastidão, reluzente ao sol, fazendo curvas lentamente, até que ganhou uma forma devidamente apropriada a sua natureza.

Plangente a vida, observava aquela flor gradualmente, recolhendo seu olhar ao brilho do sol, forçosamente abrindo os olhos à apreciar tamanha beleza. Via-se na flor a felicidade transparente e tornava-se um tanto mais bela a cada instante. Ao caminhar e ter o desejo de toma-la para si,hesitou um momento e ponderou:

Eis o Clamor Para a Felicidade.

"estaria eu a ponto de atuar em tal desastre por tirar a felicidade extrema de algo tao peculiarno mundo? Estarei a insultar Demetér e cavar meu sepulcro?...Oh, que fazer agora?... invejo-a orquidea... pois estaria eu a cometer um crime a humanidade... mas queria por certo momento te-la em minhas mãos para saber o pq de tua felicidade....
Flor minha, flor exuberante em prazer, estais aí a conteplar o mundo?? PQ? Tu observas o mundo e fazes em uma posição invejada.
Transparece em ti a felicidade e eu que nem cheguei ao menos perto da alegria. Acaso encontra pensamentos em ti, minha querida? Não, certamente. Pois por tua felicidade, pereceu os pensamentos.
Que inquietação o meu espirito, motivo do qual me fadigo constantemente. Preso a natureza primordial, preso aos pensamentos estupefantes.
Tome, leve minha vida. Torne-se ela parte da tua. Conceda a mim momentos, sim momentos, de felicidade nua e pura"


Ao terminar estas palavras, o homem sentiu seu espirito aquietar, tornando-se assim um lindo girassol, pois estava cansado da escuridão que o mundo lhe trazia, ficara de hoje em diantesubmetido a vida dessa flor que se esconde de medo ao ver a escuridão chegar e tornou-se um discípulo do sol acompanhando-o a cada passo.

domingo, 23 de setembro de 2007

Bléin! A fragilidade de nossas vidas

BLÉIN! Foi o barulho que fez Roberta parar e olhar para trás enquanto cruzava a esquina da Av. São João com a Aurélia, percebendo o infeliz acidente causado por um alicate que caiu do alto do elevado Costa e Silva diretamente à cabeça de uma senhora que tbm passava por ali. Contemplando por alguns momentos tal acontecimento, Roberta não continuou andando e nem trombou ao cruzar a esquina com Romualdo, que pediria perdão e a convidaria para tomar uma Coca, que se transformaria alguns anos mais tarde na champagne de um grande casamento e uma vida aparentemente feliz regada de amor e a alegria de dois filhos, Roberto e Rodrigo que, consequentemente, não morreria naquele acidente de moto enquanto estivesse indo para o litoral. Acidente, diga-se de passagem, que só seria causado se Rodrigo não se distraísse com a buzina do caminhão em suas costas BLÉÉÉIN!...

É... Uma fatalidade! Roberta e Romualdo ficariam, então, inconsoláveis, tendo à mente pelo resto de suas agora miseráveis vidas o barulho causado pelo choque da cabeça de seu filho com o poste da Rod. Ayrton Senna, BLÉIN!, que, por sua vez, assustaria o pacato pica-pau que repousava lá em cima, nos fios de alta tensão, fazendo-o voar diretamente para o gerador que BLÉIN! explodiria, deixando todas as vilinhas próximas sem energia elétrica. E, naquela noite escura, o ladrãozinho esperto tentaria se aproveitar da penumbra para entrar silenciosamente em uma casinha de portas abertas. Mas o coitado levaria na cabeça uma BLÉIN! panelada da senhorinha que estava acordada, que faria ecoar pelos corredores e quartos tal som e acordaria Ernesto, após finalmente ter conseguido vencer sua insônia, que não mais dormiria durante aquela noite e perderia a hora para o serviço do dia seguinte, sendo então demitido.

Ora, se não fosse aquele BLÉIN! e a conseqüente demissão, Ernesto nunca teria ido ao Rio de Janeiro em busca de melhores oportunidades de emprego, nunca teria iniciado aquele serviço de conferente de estoque, supervisor de logística, encarregado geral e vice-presidente da transportadora... E muito menos teria saído mais cedo do serviço naquela sexta-feira para comemorar seu aniversário de 15 anos de casamento e nem lhe teria passado aquele menino de bicicleta em frente a seu carro na av. Copacabana. Mas graças a Deus que Ernesto buzinou BLÉIN! chamando a atenção do menino que rapidamente se desviaria, permanecendo ileso e permitindo que Ernesto chegasse na hora para o aniversário.

Permanecendo ileso?? Ernesto nunca deixaria de saber que apesar q o menino tivesse escapado da primeira, o susto da buzina faria com q ele fizesse o desvio para o lado errado e fosse consequentemente atropelado por um fusca vermelho que passaria em alta velocidade. O menino cairia inconsciente parando toda a avenida, provocando grande engarrafamento e muitas buzinadas BLÉIN! BLÉIN! BLÉIN! som q deixaria Abigail extremamente estressada, estacionando o carro e descansando um pouco na praia de Copacabana, enquanto o trânsito não andasse.

Abigail escutaria então aquele sonzinho típico : BLÉIN! BLÉIN!... Ora, que boa surpresa: o carrinho de sorvetes! Ela teria pedido o de sabor chocolate..

- “Não, não.. O Sr. teria o de côco queimado aí?”

- “Não senhora.. o coco queimado eu pedi mas ainda não chegou, não...”

- “Vai o de morango, então.”

( Realmente, o de coco queimado não chegaria tão cedo... A empresa fornecedora de São Paulo estaria fechada há três dias, por luto. Parece que Romualdo, um alto funcionário de lá, se suicidaria. Ele teria uma vida triste, pelo que parece, o filho teria morrido em um acidente de moto na rod. Ayrton Senna há vários anos, a esposa teria ficado tão triste que adoeceria e morrido de desgosto há poucos meses. )

BLÉÉÉÉÉIIIIN! BLÉÉÉÉÉIIIIN! Chegaria então a ambulância em Copacabana. A paramédica poria logo a vítima dentro do carro e tentaria ainda salva-lo lá dentro. Ela ficaria muito preocupada com seu estado. Tão preocupada que até esqueceria de seu aniversário de casamento de 15 anos que deveria estar ocorrendo naquela mesma hora. Passaria a ambulância pelo restaurante Beira-mar com sua sirene alta, Ernesto ouviria e se irritaria ainda mais pela indiferença de sua esposa q o teria deixado ali, a esperando. Tocaria então a campainha várias vezes seguidas BLÉIN! BLÉIN! BLÉIN!.... para chamar o garçom q se irritaria, pois não teria sido necessário apertar tantas vezes a campainha para chamá-lo. Ocorreria então uma discussão e uma briga séria que faria Juan, revoltado, largar o emprego de garçom e voltar à sua terra natal, Argentina.

Ainda no aeroporto, Juan despertaria de um leve cochilo ao BLÉIN! sinal do sensor de metais. Quem teria sido barrada era Marieta, mulata brasileira que faria Juan trocar sua passagem de destino Buenos Aires para Assuncíon, Paraguai, onde passaria o resto da vida ao lado de... Marieta? Não... Pablo. Juan descobriria que era Gay ao ver o brilho dos olhos de Pablo BLÉIN! Nasceria uma paixão!

Quando estariam caminhando pelas ruas paraguaias, a atenção de Pablo se desviaria pelo BLÉIM! som causado pela batida da porta de vidro daquela agência de viagens, onde um grande cartaz na vitrine ofereceria então uma bela promoção de férias para Austrália, para casais. Ficariam abismados ao descobrirem que a promoção não entraria em vigor para casais homossexuais e organizariam uma grande manifestação contra o preconceito e a favor da liberação de casamentos entre.... iguais.

A manifestação teria sido tumultuada. Um grupo de Skin Heads entraria em conflito. Resultado final: 9 mortos, 54 presos e uma ‘organización paraguaya pro-Gays’. Como presidente da organização, Juan viajaria o mundo para palestras e manifestações. Organizaria uma grande excursão de gays de Assunção para a grande marcha da Av. Paulista.

Devido à previsão de um número recorde de participantes naquele ano, a prefeitura de SP organizaria uma reforma pelas ruas e bairros do centro. Contrataria inúmeros funcionários para o serviço, inclusive Antônio, morador de SP, que não conseguiria dormir naquela noite, devido a grande barulheira na rua causada por homossexuais vindos do Paraguai, inclusive Juan e Pablo, que se embebedariam alguns dias antes da passeata e passariam a noite importunando Antônio com suas canções anti-preconceito e sinos, ah sim! Principalmente os sinos BLÉIN! BLÉIN! não deixaram Antônio dormir durante toda a noite.

Dia seguinte Antônio irritado e cansado não conseguiria trabalhar direito. Teria sido comissionado para reformar o parapeito do elevado Costa e Silva. O cochilo foi inevitável. Finalmente descansando, quando de repente BLÉÉÉÉIN! o sinal da hora de almoço fez Antônio acordar sobressaltado, derrubando o alicate lá embaixo, na Av. São João bem na cabeça de uma pobre senhora BLÉIN. Coitada.

TESTE

TESTEEEEEEEEEE